ATA DA DÉCIMA SEXTA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 11-5-2000.

 


Aos onze dias do mês de maio do ano dois mil reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte e oito minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a comemorar o Dia das Mães, nos termos do Requerimento nº 004/00 (Processo nº 0092/00), de autoria do Vereador João Dib. Compuseram a MESA: o Vereador Paulo Brum, Presidente em exercício da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Vereador João Motta, Prefeito Municipal de Porto Alegre, em exercício; a Senhora Bernardete Cunha, representante da Associação Cristã de Moços; o Senhor Armando Dionisio Niez, Cônsul do Uruguai; a Senhora Ana Paula Mota Costa, Presidenta da Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC; o Rabino Mendel Liberow, representante da Federação Israelita do Rio Grande do Sul; o Padre Roberto Paz, representante da Igreja Católica Nossa Senhora da Paz; o Pastor Douglas Wehmut, representante da Igreja Evangélica Luterana; a Senhora Cibele Souza, representante das mães das Associações Cristãs de Moços do Brasil e do Cone Sul; o Senhor Maurício Vandorcee, Secretário-Geral da Associação Cristã de Moços. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador João Dib, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, historiou dados relativos à introdução, no Brasil, das comemorações alusivas ao Dia das Mães, ressaltando a importância da participação da Associação Cristã de Moços nesse processo, lembrando a figura da mãe de Sua Excelência, Senhora Júlia Dib e salientando a relevância do caráter ecumênico da celebração dessa data neste Legislativo. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador Wilton Araújo e, após, foi realizada apresentação dos Corais da Associação Cristã de Moços e do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, sob a regência da Professora Marisa Viero. Também, foram registradas as seguintes presenças, como extensão da Mesa: da Senhora Angeles Pilar Zakowicz, esposa do Senhor Armando Dionisio Niez; da Senhora Élida Messias Ferreira, Presidenta do Lar Santo Antônio dos Excepcionais; do Capitão Gustavo da Rosa Pernas, representante da Brigada Militar; da Senhora Alcinda Pontes, Presidenta do Centro Educacional Fraternidade, da cidade de Rio Grande - RS; da Senhora Liziane Trindade Rocha, representante do Vereador Juarez Molinari, da Câmara Municipal de Rio Grande - RS; do Senhor Adalberto Antônio Pernambuco Nogueira, representante do Conselho Estadual da Umbanda e dos Cultos Afro-Brasileiros; do Senhor João Antônio Porto Costa, Governador do Rotary Club - Distrito 4680; da Senhora Jussara Pereira Garcia, representante da Associação Cristã de Moços de Brasília - DF; da Senhora Cecília Tosta Eid, Diretora do Y'SMES - Região Brasil; de representantes de entidades e de Associações Cristã de Moços presentes nesta solenidade. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Rabino Mendel Liberow, ao Padre Roberto Paz e ao Pastor Douglas Wehmut, que discorreram sobre o significado do Dia das Mães, ressaltando a importância da figura materna para a formação de cidadãos responsáveis e conscientes de suas responsabilidades e deveres junto à sociedade. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador João Carlos Nedel que, em nome da Mesa Diretora e do Senhor Prefeito Municipal em exercício, prestou sua homenagem ao Dia das Mães, lembrando, em especial, a figura da Senhora Júlia Dib, mãe do Vereador João Dib. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Ruth Ricardo Brum, representante do Conselho de Clubes de Mães de Porto Alegre. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Cibele Souza, que destacou a importância do registro hoje feito por este Legislativo, com referência ao Dia das Mães. A seguir, o Senhor Presidente convidou o Senhor Maurício Vandorcee a proceder à entrega de flores ao Vereador João Dib. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem à execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e vinte e três minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Paulo Brum e secretariados pelo Vereador João Dib, como Secretário "ad hoc". Do que eu, João Dib, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Dia das Mães. Convidamos, para compor a Mesa, o Sr. João Motta, Prefeito em exercício; a Sra. Bernardete Cunha, representante da Associação Cristã de Moços; o Sr. Armando Dionisio Niez, Cônsul do Uruguai; a Sr.ª Ana Paula Mota Costa, Presidente da FESC; o Rabino Mendel Liberow, representante da Federação Israelita do Rio Grande do Sul; o Padre Roberto Paz, representante da Igreja Católica Nossa Senhora da Paz; o pastor Douglas Wehmut, representante da comunidade Evangélica; a Sr.ª Cibele Souza, representante das mães das ACMs do Brasil e do CONESUL; e o Sr. Maurício Vandorcee, Secretário-Geral da ACM. Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

Neste momento, nós ouviremos a manifestação do Ver. João Dib, que falará pelas Bancadas com assento nesta Casa, pelo PPB, pelo PT, pelo PTB, pelo PDT, pelo PSDB, pelo PMDB, pelo PSB, pelo PFL e pelo PPS. Portanto, o Ver. João Dib fala em nome da Casa.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum; meu caríssimo Ver. João Constantino Pavani Motta, Prefeito em exercício de Porto Alegre e que me dá uma extraordinária satisfação, é a vigésima-oitava vez que nós comemoramos a festa do Dia das Mães e a primeira vez que o Prefeito de Porto Alegre está presente no nosso meio. Então, uma saudação muito especial ao nosso querido Presidente da Câmara, Prefeito em exercício.

Ilustre representante da Associação Cristã de Moços, Dona Bernadete Cunha; ilustre Cônsul do Uruguai, Sr. Armando Dionisio Niez; representante da Federação Israelita, meu querido Rabino Mendel Liberow; representante da Igreja Católica Nossa Senhora da Paz, Padre Roberto Paz, meu querido amigo; bom e querido amigo representando a Comunidade Evangélica, Pastor Douglas Wehmut; Sr.ª Cibele Souza, representando as Mães das ACMs do Brasil e do CONESUL; Presidente da FESC, Sr.ª Ana Paula Costa; Gessi Rodrigues Garcia, escolhida pelos funcionários da Câmara como a mãe representativa das mães da Câmara; João Antônio Porto Costa e esposa, Governador do Rotary; Élida Messias Ferreira, minha amiga número um, que mais cuidado dedica para as crianças, porque são várias crianças vegetativas. Eu gostaria que estivesse aqui a Dona Gessi Jacob Marchiori, pois foi escolhida a Mãe do Ano, na paróquia do nosso Pastor Douglas, mas parece que não está no momento; ex-Vereador Wilton Araújo e Geraldo Stédile; meu caro Secretário-Geral da ACM, Maurício Vandorcee; Srs.Vereadores; meus Senhores e minhas Senhoras. Quando eu cheguei a esta Câmara, eu tinha uma preocupação em homenagear as mães, e quis fazê-lo, na primeira vez, pensando na minha mãe Dona Júlia, que durante vinte e sete vezes esteve presente à solenidade. Hoje, fisicamente, ela não está, mas não faz diferença, outras mães aqui estão, e todas as mães são importantes.

Ao longo dessas vinte e oito comemorações, nós dávamos a palavra aos Vereadores de todas as Bancadas, mas, de repente, nós achamos que alguma coisa tinha de mudar. Nós recebemos o reforço precioso da Associação Cristã de Moços, que foi quem introduziu no Brasil o Dia das Mães, e as coisas, então, tinham de mudar. E nós, os Vereadores todos, entendemos que se falassem o padre, o pastor e o rabino e, depois, fosse dada uma benção ecumênica para todos, nós estaríamos comemorando o Dia das Mães com a maior felicidade. O Dia das Mães para todas as mães, não só as que aqui estão presentes neste momento, não só as mães porto-alegrenses, mas as mães que no mundo estão e que sempre sofrem e vivem intensamente a vida de seus filhos. Por isso, o pronunciamento é breve, é para dizer que agradecemos a todos, é para dizer que agradecemos à ACM pela participação eficiente, e dizer que, após a Sessão, a ACM continua com mais alguma solenidade e gostaríamos que todos acompanhassem. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Registramos a presença do Ver. Pedro Américo Leal e do sempre Vereador, Wilton Araújo. Ouviremos, agora, os corais da Associação Cristã de Moços e do Hospital de Pronto Socorro, sob a regência da Prof.ª Marisa Viero, que interpretarão músicas compostas de trechos ecumênicos, homenageando as mães de todos os credos e povos.

 

(Apresentação dos corais.)

 

Registramos a presença da Sr.ª Angeles Pilar Zakowicz, esposa do Sr. Cônsul do Uruguai; da Sr.ª Élida Messias Ferreira, Presidenta do Lar Santo Antônio dos Excepcionais; do Capitão Gustavo da Rosa Pernas, representante da Brigada Militar; da Sr.ª Alcinda Pontes, Presidente do Centro Educacional Fraternidade da Cidade de Rio Grande; da Sr.ª Liziane Trindade Rocha, representante do Ver. Juarez Molinari, da Cidade de Rio Grande; do Sr. Adalberto Antônio Pernambuco Nogueira, representante do Conselho Estadual da Umbanda e dos Cultos Afro-brasileiros; do Sr. João Antônio Porto Costa, Governador do Rotary Club - Distrito 4680; da Sr.ª Jussara Pereira Garcia, representante da ACM de Brasília; das demais entidades, representantes das ACMS, amigos e convidados.

O Sr. Mendel Liberow, representante da Federação Israelita, está com a palavra.

 

O SR. MENDEL LIBEROW: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Desde os tempos bíblicos, a mãe é considerada a essência do seu lar; nos tempos modernos, o lar não se restringe apenas às quatro paredes da sua casa, pois, hoje, na vida moderna que vivemos, a mãe divide-se entre a sua casa e o seu trabalho. Então, o seu lar não é apenas a sua casa, mas todo mundo é um lar, é um lar para a sociedade, para os filhos e para a mãe. Apenas devemos reconhecer a essência que a mãe representa neste grande lar, que é para todos nós. Por isso, nos Dez Mandamentos, quando se dá a ordem por Deus para honrar seu pai e sua mãe. Numa outra passagem, a Bíblia diz: “Respeita a sua mãe antes, e depois o seu pai”, pois não tem dia nem hora, nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano, vinte e quatro horas por dia, é o momento da mãe, é o dever de respeito a ela. Certamente, um dia no ano é a oportunidade para quem esquece, ou não lembra sempre de recordar e relembrar o seu dever em relação a sua mãe, e o dever da sociedade em relação à mãe, de todas as mães de toda sociedade.

Esperamos que sigamos o exemplo de sentir e valorizar profundamente as mães, assim o ambiente e o espírito de toda sociedade vai ser mais caloroso, mais humano, mais moral, mais ético. Esperamos que esse dia chegue brevemente para que possamos usufruir de todos esses benefícios que uma mãe traz à sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Registramos as presenças dos Vereadores João Carlos Nedel, Clênia Maranhão e Reginaldo Pujol.

O Padre Roberto Paz está com a palavra.

 

O SR. ROBERTO PAZ: Caríssimos circundantes, e quero nessa expressão saudar fraternalmente, em nome da Igreja Católica, em primeiro lugar os digníssimos e ilustríssimos Srs. Vereadores, na pessoa do Ver. Paulo Brum, Presidente em exercício desta Câmara e o Prefeito em exercício, Ver. João Motta; os Reverendíssimos ministros concelebrantes, o Rabino Mendel Liberow, o Pastor Douglas da Igreja Evangélica de Contrição Luterana, no Brasil, aqui presentes, e os estimados representantes das entidades que tanto prestigiam e lutam pela dignidade das mães, em especial a ACM e a FESC.

Ao celebrarmos o Dia das Mães, neste grandioso jubileu do ano 2000, não poderíamos esquecer que a encarnação do Filho de Deus, na nossa história, a entrada do Verbo Divino, na vida humana, o duomilésimo ano da maravilhosa embaixada celestial, que trouxe o Príncipe da Paz, se deveu à participação consciente e lúcida de uma Mãe! Maria, que também é nossa mãe. É a luz desse evento de salvação que compreendemos o profundo sentido de maternidade, na família, na Igreja e em toda a sociedade. Vemos na mãe, em primeiro lugar, a mediadora e profeta da vida, a que entra plenamente no mistério da vida como dom de Deus e acolhe com cuidado, carinho e entrega total. Essa percepção de ter dentro de si e não de ser, a leva a desenvolver uma preocupação e uma veneração profunda pela vida.

Ainda compreendemos que a mãe com sua sensibilidade e percepção e coração aberto é uma verdadeira artífice da paz e da unidade, seja no lar, seja na sociedade, semeando com sua presença atitudes generosas, fraternas, ternas, que levam a integração responsável e participativa, a inclusão e a pertença igualitária de todos como filhos de Deus.

Como não destacar também o seu perfil e missão de educadora dos mais nobres humanos valores ideais e de iniciadora da fé na família, tornando-a uma comunidade dialogante com Deus, e santuário da vida transcendente e irradiante do Evangelho da Paz.

É no seu colo que aprendemos as orações principais e a relacionarmo-nos com confiança filial com Deus. Pelo seu serviço abnegado, seu zelo e doação a toda a prova, e sua acentuada sensibilidade à ordem do amor, sua função se torna imprescindível para que a libertação social não só seja possível, mas para que seja duradoura, constantemente renovada, completa e alicerçada na justiça e na solidariedade. Pela sua disponibilidade à vida e atenção às pessoas concretas - uma mãe sempre vê pessoas concretas diante de si -, as mães poderão humanizar a técnica e o materialismo, que tendem cada vez mais a despersonalizar a sociedade. Poderão ensinar-nos a passar do padrão do ter e do usar ao padrão do ser e do amar. Passar também do padrão do produzir e do fazer ao relacionar-se, ao dar-se. Serão assim as protagonistas da cultura do dom, da cultura da vida de uma verdadeira civilização do amor. Pela sua interioridade e profunda intuição feminina, transformam sua afetividade acolhedora em sinal de compromisso com os fracos, pequenos e marginalizados, para incluí-los e promovê-los em toda a sua dignidade de pessoas, fazendo acontecer assim o amor preferencial que devemos ter para com os empobrecidos.

Por isso, diante de uma cultura da morte, ainda reinante em muitos lugares, de um neoliberalismo excludente das maiorias, vemos em todas as mães o triunfo da vida, o respeito à integridade da criação, a esperança imperecível e sempre resistente, e o sonho divino de uma humanidade fraterna e reconciliada.

Que Nossa Senhora Mãe de Deus, padroeira desta Cidade, olhe para todas as mães com muito carinho, protegendo-as e iluminando-as para serem sempre os sinais vivos da misericórdia e ternura de Deus, que no seu profundo mistério, também é mãe. Que assim seja! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Registramos, como extensão de Mesa, a Diretora do Y’SMES - Região Brasil, Sr.ª Cecília Tosta Eid. Ouviremos, agora, a palavra do pastor Douglas Wehmut.

 

O SR. DOUGLAS WEHMUT: Ex.mas Senhoras, Queridas Mães, Ex.mos Senhores, é um prazer representar a Igreja Evangélica Luterana nesta tarde em que a Câmara Municipal de Porto Alegre se transforma num templo, num templo não de adoração às mães, mas num templo onde nós homenageamos as nossas queridas mães.

Que este possa ser, sempre, de novo, um tempo especial para esta Casa, quando, de uma maneira bem humana, bem concreta, bem pó, pó, bem terra, terra, nós nos reunimos para dar honra àquelas que honra merecem, que são as nossas mães. Eu imagino que a maioria dos senhores, que a maioria das senhoras, leu aquela notícia que eu li, nos últimos dias, numa das revistas de maior circulação nacional. Ali havia um pequeno artigo dizendo que pesquisas e teses de doutorado, no hemisfério Norte, concluíram, que o mito mais mentiroso e mais divulgado entre nós é o mito do instinto materno. Dizia esse artigo que não existe instinto materno, dizia o artigo dessa revista nacional que o instinto materno é uma invenção da sociedade ocidental, que o instinto materno é uma mentira que, de tanto ser repetida, se transformou, por muitos, numa verdade. Eu não sei qual é o fundamento dessa pesquisa, porque o artigo foi muito lacônico, ele simplesmente esvaziou um pacote de penas e as lançou nos ares, num sensacionalismo lacônico e, certamente, influenciador da cabeça de muita gente nesta Terra. No entanto, quando artigos como este andam por aí dizendo que instinto materno é um mito, é uma mentira deslavada.

Nesta data em que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre homenageia as Mães, queremos dizer e afirmar que quando abrimos o Antigo Testamento e o Novo Testamento, quando olhamos para as páginas das Sagradas Escrituras, encontramos uma afirmação totalmente diferente desse artigo a que me referi há pouco. Quando olhamos para a Bíblia Sagrada, percebemos que Deus olha para a mulher como um projeto especial do seu coração. Quando olhamos para a Bíblia, vemos que Deus deu uma vocação sui generis para a mulher e para a mãe. Quando olhamos para a Bíblia, percebemos que Deus tem um ministério inegociável e um ministério intransferível, um ministério que vem do alto para as mulheres e para as mães de todos os tempos.

No ano passado, olhando para as minhas anotações, dei-me conta que afirmei que vivemos num tempo de quebra de valores, os absolutos cada vez mais são relativizados, os relativos cada vez mais são absolutivizados, uma inversão dos valores da nossa sociedade. Sofremos as conseqüências disso. É verdade que há muitas coisas que são relativas, e que os tempos exigem mudanças, mas é verdade que algumas afirmações permanecem absolutas por todas as gerações e para as pessoas de todo o mundo. E uma dessas verdades absolutas é o mistério ministério da mulher e da mãe, da dignidade e do sacerdócio da mulher e da mãe. Esse é um absoluto inegociável. Somos gratos porque podemos pensar nesses termos, apesar das pesquisas, apesar das afirmações, apesar dos loucos de plantão, que podemos pensar não só nas nossas mães como nas mães de todo o mundo, como aquelas mães que receberam uma vocação. Não só uma vocação, mas um dom, não só uma tarefa, mas uma tarefa do alto. Não só uma tarefa do cotidiano e que se manifesta por alguns anos e por algumas décadas, eventualmente, mas uma tarefa que é eterna. E quando homenageamos as mães aqui presentes, as mães de Porto Alegre, as mães da nossa Terra, queremos fazê-lo convidando essas mesmas mães a olharem para o alto, a olharem para o Deus Emanuel que diz: “Sem mim, nada podeis fazer.” Mães que sabendo da sua vocação, mães que sabendo do Seu chamado se tornam como crianças nas mãos do Deus criador, não do Deus distanciado, mas do Deus que sempre de novo está presente e do Deus que conosco quer se relacionar. E, nessa dependência, cumprem com o seu mistério ministério. Que Deus nos abençoe! Que Deus dê mães que se sabem vocacionadas por Deus! Amém. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em nome da Mesa Diretora, e em nome do nosso Prefeito em exercício para uma homenagem ao nosso colega proponente Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Queridas mães, eu não me recordava bem do protocolo e gostaria muito de homenagear uma pessoa especial neste Dia das Mães. É a simpática e amorosa Dona Júlia, saudosa mãe do nosso querido Ver. João Dib. Acredito que não há ninguém nesta Casa e ninguém aqui presente que não se lembre da figura da Dona Júlia, sempre sentada, ali, na primeira fila, ou junto com o seu filho João Dib. Idosa já, a passos trôpegos, mas determinados, andando sempre pelas dependências desta Casa em visita ao seu ilustre filho, com quem costumava almoçar no nosso restaurante, e ela dizia para as pessoas, o seguinte: “Amigo, cuida do meu filho”, como se o Ver. João Dib precisasse que alguém cuidasse dele, mas a mãe, naquele seu espírito generoso, teve esse cuidado.

Esse filho está aqui, homenageando todas as suas mães, mas eu gostaria, em nome da Mesa Diretora, e a pedido do Sr. Prefeito Municipal, de homenagear a Dona Júlia. Dona Júlia, minha companheira de primeiro banco das missas das dezoito horas, na paróquia Santa Cecília. Em todos os sábados, lá estava ela com a filha, irmã do Ver. João Dib. Era uma figura venerável que comovia e inspirava a todos que tiveram a oportunidade de conhecê-la. Ela foi uma mãe devotada. Até os fins de seus dias, ela acompanhou cada passo do seu filho, para quem foi uma presença certa, forte e incentivadora em todos os momentos da vida, multiplicando as alegrias e, com ele, repartindo as agruras que, eventualmente, a vida impôs.

É de saudade e de comoção o sentimento que me preenche o coração neste momento, neste primeiro Dia das Mães sem a presença da mãe Júlia. Emocionamo-nos ao lembrar a Dona Júlia, a evocar a sua memória saudosa e inesquecível. Deus Nosso Senhor quis tê-la perto, com toda a certeza, tendo-a agora junto de si no desfrute da plena e eterna felicidade, na eternidade. Feliz do Ver. João Dib que teve a graça de tê-la como mãe. Parabéns, Ver. João Dib. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Registramos a presença da Sr.ª Ruth Ricardo Brum que está representando o Conselho do Clube de Mães de Porto Alegre.

A Sr.ª Cibele Souza está com a palavra.

 

A SRA. CIBELE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) “Mãe não deve morrer. A mãe ficará para sempre junto de seu filho. E ele, velho, embora, será pequenino, feito grão de milho.” Os versos de Carlos Drumond de Andrade sintetizam todo o amor e carinho que a mãe irradia. Por isso, nós, da ACM, nos enchemos de orgulho em comemorar essa data, principalmente, porque foi na ACM que ela foi idealizada e oficializada.

Hoje, as mudanças nas relações sociais e econômicas nos impelem ao trabalho, para nos sentirmos vivas e atuantes. O nosso tempo já não é mais somente dedicado ao lar e aos filhos. Mas essa evolução não mexeu com os nossos sentimentos. Nos deixou, isso sim, mais participativas, mais engajadas, mais profissionais. Dividimos as responsabilidades da casa, as questões financeiras, a educação dos filhos. E é esta a tarefa que sentimos como a mais difícil, pelas atrações que o mundo oferece. Nós queríamos, também, que as mães marginalizadas, que vivem nas desigualdades que o País nos impõe, tivessem tempo e condições para sentirem esse amor que nos fortalece e anima. Sabemos das exceções da regra, por isso, deixamos nessa comemoração, o nosso apelo por um mundo mais justo e mais humano.

Queríamos que todos se conscientizassem que a mãe é uma parcela de bondade que Deus deixou cair sobre a terra para que nossos dias fossem mais felizes; nossa vida encontrasse novo sentido; nossa esperança fosse sempre projetada para frente.

Nesta Associação Cristã de Moços, temos a consciência de que mãe é o elo que mantém a família unida e fortalecida. Por isso a reverenciamos. Buscamos promover o entendimento entre as pessoas, visando a participação no processo de mudança da sociedade. Opondo-se ao preconceito e a injustiça, como preconizado na mensagem Cristã, acreditamos que assim estaremos ajudando a mãe a prosseguir na sua caminhada com sucesso.

Deixamos a todas elas um forte abraço. Agradecemos ao Ver. João Dib pela oportunidade concedida à ACM nesta homenagem e à Câmara Municipal. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Neste momento convidamos o Sr. Maurício Vandorcee para proceder à entrega de flores ao Ver. João Dib.

 

(O Sr. Maurício Vandorcee procede à entrega de flores ao Ver. João Dib.) (Palmas.)

 

Finalizando esta Sessão Solene, convidamos todos os presentes para ouvirmos o Hino Sul-Rio-Grandense.

 

(O Hino Rio-Grandense é executado.)

 

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h23min.)

 

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